“O Reino dos Céus é como o fermento que uma mulher pegou e escondeu em três porções de farinha, até que tudo ficasse fermentado”. Mt 13, 31 – 35

O Evangelho de hoje, extraído do livre de Mateus, cap. 13, 31-35, nos apresenta Jesus dirigindo-se aos que estavam ao seu lado contando-lhes duas parábolas, a do “grão de mostarda” e a do “fermento na massa”, ambas para facilitar às pessoas o entendimento sobre o que é o Reino de Deus.

É bom salientar que tanto a parábola do grão de mostarda quanto a do fermento na massa, ambas deixam evidentes, em cada uma, a diferença entre pequeno-grande/pouco-muito, mas com um objetivo de chegar a único fim, crescer e dar frutos/ crescer e multiplicar.

As parábolas proferidas por Jesus não são somente estórias para facilitar o diálogo, são mais que isso. As parábolas que Jesus dirigia às pessoas sempre tinham um objetivo e possuíam uma natureza que é característica do Reino anunciado por Jesus. Podemos dizer que as parábolas é uma forma que Jesus encontra para levar as pessoas a entenderem que o Reino não é aquilo que os seus contemporâneos esperavam, um Reino glorioso que veio para guerrear, derramar sangue ou conquistar a libertação oprimindo o opressor. O Reino de Jesus é como a semente de mostarda e o fermento na massa se demonstram pequenos, simples e até mesmo invisível, mas na simplicidade e humildade em que, aos poucos vão se desenvolvendo, vão se transformando em grandes projetos.

O reino proposto por Jesus não nasce da riqueza e nem dos palacetes, embora Ele fosse da descendência de Davi que foi um grande rei e de grandes palácios. Jesus deixa evidente de onde deve nascer o seu Reino, dos pobres, simples e humildes. As parábolas querem nos mostrar que o reino de Deus está presente e já está agindo naqueles e naquelas que o fazem acontecer ocultamente nos lugares mais simples ou sem muita notoriedade. Daí entendemos que o Reino de Deus proposto por Jesus e explicado através das parábolas é uma realidade na sociedade de hoje, mas que, quasemente não é percebido porque é oculto, porque é realizado de forma simples. Podemos encontrar a presença do reino nos movimentos populares e sociais da sociedade que trabalham a serviço e em defesa da vida, nos missionários e missionárias que arriscam suas vidas nas mais desafiantes áreas de missão no mundo, nas famílias, nas pessoas que fazem caridades umas às outras, nas instituições que empregam e que não escravizam seus funcionários, mas valorizam seus trabalhadores e os tratam como seres humanos. Aí se realiza e cresce aos poucos o reino de Deus. É importante lembrar que a ideia de Reino de Jesus é a vivencia do Evangelho na pratica e não na fala. Talvez, muitas instituições religiosas se perdem no tempo por prezarem somente pela fala e esquecerem da prática. Já dizia o doutor seráfico, Antônio de Pádua: “Cessem as palavras e falem a as obras”. O Reino de Jesus começa por aí.

Por tanto, quem abre o coração e deixa que Deus coloque o fermento da vida, do serviço e da missão, está apto a viver a dinâmica do reino de forma gratuita e comprometida, mesmo que isso implique em ser “diferente” e até mesmo odiado, mas é preciso ser autêntico para deixar o fruto crescer e germinar. Como também, deixar o fermento agir e transformar a fina massa em um belo pão que sacie a fome de muitos que sentem fome não só de comida, mas de justiça e paz como deve ser o Reino de Deus.

Enielmo Ehanis